quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009



Fábula: narração breve, de caráter alegórico, em verso ou em prosa, destinada a ilustrar um preceito.
Nas fábulas, narrativas em que os personagens geralmente são animais, encontramos uma mensagem sobre o comportamento humano.

Diamantes e lagartos

Era uma vez uma mulher que tinha duas filhas. A maior era muito antipática e orgulhosa. A mais nova era boa e generosa. A mãe sentia uma enorme antipatia pela menor, e a fazia trabalhar o tempo todo.
Entre outras coisas, a garota devia recolher água em um bosque distante. Um dia, quando a menina chegou ao lago, uma mulher muito pobre pediu um gole d’água.
_Claro, de todo o coração, senhora – disse a garota.
_Você é tão bondosa e amável que eu vou te dar um presente. Foi nessa hora que a menina descobriu que a senhora era uma fada que havia tomado a forma de uma pobre camponesa para ver como a garota a tratava.
_A cada palavra que disseres, uma flor ou uma jóia cairá da tua boca.
Quando a menina chegou em casa, a mãe se surpreendeu ao ver saltarem de sua boca duas rosas e dois lindos diamantes.
_O que vejo? Flores e jóias caem da boca desta menina!
A garota contou o que aconteceu. E a mãe ordenou para a mais velha:
_Leve esta jarra ao lago. Se uma mulher pobre te pedir um gole, dê.
_Não vou pegar água! Esta idiota pode me dar suas jóias.
A mãe insistiu e, de cara fechada, a menina foi ao bosque. Assim que chegou ao lago, uma bela dama pediu-lhe um pouco d’água. Era a mesma mulher que havia encontrado sua irmã, mas com outros trajes.
_Não vim aqui para te dar água. Vá pegar lá no lago – disse a menina, malcriada como sempre.
_Você não é muito gentil – respondeu a moça. _Como é tão rude e grosseira, te darei esse dom: a cada palavra que disseres, saltarão cobras e lagartos da tua boca.
Quando a filha voltou para casa, a mãe perguntou:
_Querida, viste a fada?
_Sim, mamãe – respondeu a garota.
Duas cobras e dois lagartos logo saltaram.
_O que é isso? – exclamou a mãe. _ O que você fez? A menina tentou responder, mas a cada palavra outras cobras e lagartos surgiam. E assim foi para sempre. Jóias e flores caíam dos lábios da filha menor, que era bondosa e solidária. Já a filha maior nunca mais pôde falar sem que houvesse uma chuva de cobras e lagartos. (Adaptado de fábula de Charles Perrault)

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